Oposição não se faz só na eleição

Na sexta-feira (5) publicamos o nosso posicionamento sobre as eleições do clube de dezembro próximo. Gostaríamos de agradecer as inúmeras manifestações de apoio que recebemos dos nossos membros e simpatizantes. Por outro lado, evidente que houve quem reprovasse a escolha. Numa eleição é assim, a democracia tem esse papel e dela deriva também o respeito às escolhas dos outros. 

Na nossa opinião, escolher o apoio à chapa Avaí Centenário não configura incoerência. Desde o início do movimento, ainda em 2020, sempre nos dispusemos a discutir ideias antes de pessoas. São as ideias e suas ações que vão levar o Avaí para frente. Diante da impossibilidade de constituirmos uma chapa própria, nos posicionamos a favor do projeto que nos pareceu mais compromissado com a mudança, com nossos princípios e com as pautas prioritárias dos nossos apoiadores. Isso é coerência.

Considerando o cenário eleitoral que se desenhou, estudamos os projetos que nos foram apresentados e fizemos a nossa escolha. Muitos dos que nos criticaram (e aqui estamos considerando apenas aqueles que o fizeram com respeito, visto que as ofensas dizem mais sobre o interlocutor que sobre nós) falaram que optamos por apoiar o continuísmo, visto que os candidatos da chapa, Júlio e Bruno, participaram da gestão do atual presidente. Óbvio que esse assunto esteve em discussão entre todos nós, porém, se isso fosse uma cláusula pétrea a impedir o nosso apoio, ficaríamos de fora e não nos envolveríamos com o pleito. Afinal, nas outras chapas estão o atual presidente, Francisco Battistotti, e alguém que era diretor do clube (na gestão Battistotti) até semana passada – Carlos Bonatelli era Gerente de Negócios do Avaí, posição de alta hierarquia e que, segundo o organograma, o colocava como gestor das Coordenações de Marketing, Comunicação e Relacionamento com os Sócios, setores muito criticados durante nossa atuação (antes, Bonatelli atuou na gestão Nilson Zunino, iniciando sua trajetória no clube em 2009, fato que nos surpreende estar sendo omitido de seu currículo de apresentação de candidatura).

Não temos nada contra a pessoa do candidato, pessoa com amplo histórico profissional. No entanto, o esclarecimento dos fatos é importante, para que não caiamos no discurso falacioso de que somente sua chapa se apresenta como “verdadeira oposição”.

Com isso, optamos pela chapa que nos tratou com maior respeito; que apresentou o projeto mais sólido e que deu protagonismo ao Movimento, nos convidando para sua construção. Nos causou estranheza reclamações nesse sentido, pois éramos cobrados diariamente para lançar uma chapa. Nossa presença nessa composição tem o único objetivo de resguardar os nossos princípios e ver os compromissos firmados pelos candidatos implementados de fato. Entendemos que esse seria um grande trunfo e uma garantia aos nossos apoiadores de que estaríamos presentes como sempre estivemos, na construção e implementação do projeto, que nos colocam em local privilegiado de controle e transparência.

Em um ano de Movimento, fomos os responsáveis pela petição que exigia o envio adiantado dos documentos para aprovação do orçamento. Também exigimos, via petição, os esclarecimentos sobre a venda do atleta Gabriel, tendo inclusive esse documento servido de base para a decisão judicial que nomeou o presidente do Conselho Deliberativo como fiscalizador do pagamento dos salários. Nossos membros fizeram parte da comissão de reforma estatutária e da comissão de avaliação das contas e apuração da irregularidades, que ofereceu parecer contundente. Fomos citados nominalmente pelo presidente Battistotti como um movimento de oposição que o incomoda na busca por transparência e melhorias na gestão e na Assembleia Geral dos sócios aprovamos o novo Estatuto, com a inclusão de inúmeros mecanismos de transparência, governança e participação, dentre os quais, dispositivos que exigem da Diretoria Executiva a prestação de contas detalhadas ao Conselho e ao torcedor em geral.

Publicamos dezenas de textos sobre os mais variados temas ligados à gestão de um clube, com especialistas renomados no Brasil. Fizemos lives explicando o processo eleitoral, a reforma estatutária e o parecer da comissão temporária. Tudo isso na raça, em nosso tempo livre e pensando no bem do clube. Por fim, em 13 de outubro publicamos mais um texto, intitulado Eleições 2021 – Consulta aos Apoiadores onde pedíamos a opinião dos membros sobre o que queriam para o Avaí de 2022 e a posição do movimento. No dia seguinte, também fizemos uma live sobre o tema.

Àqueles que entenderam tudo isso e nos apoiam, o nosso muito obrigado, contem sempre conosco e o espaço está aberto para conversa. Àqueles que não querem entender e acreditam em textos anônimos, mentiras e teorias da conspiração, o nosso lamento. Apenas mantenham o respeito.

Aqueles que entenderam, mas ainda assim não concordam, terão sempre o direito de manifestar suas opiniões. A apresentação de diferentes pontos de vista, inclusive com discordância, é salutar para que aprimoremos nossa atuação. Por isso, estamos abertos a ouvir e processar as críticas dos nossos apoiadores, desde que respeitosas e baseadas nos fatos apresentados. Frisamos, aliás, que jamais constrangeremos nenhum membro a seguir nossa opção ou a retirar o apoio que deu ao Movimento. A independência, lembramos, é um de nossos pilares.

Quem ficou com alguma dúvida e quer saber mais sobre nosso posicionamento, faremos uma live nesta terça-feira (9), às 20h, em nossa página no Instagram.

correção: o texto original continha a afirmação de que Bonatelli trabalhou na gestão Nilton Machado, mas, quando do regresso dele ao clube em 2016, o presidente já era Francisco Battistotti.

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