Sem um mínimo de resultados de campo, é inviável falar sobre relacionamento com o torcedor

Ultimamente, o Avaí promoveu algumas iniciativas promissoras para o estreitamento da relação com o torcedor (a título de exemplo, tivemos a anistia de dívidas passadas de associados, a viabilização de carteirinha e ingresso virtuais para o acesso ao estádio, o patrocínio para viagem de torcedores a outra unidade da Federação, a criação de um setor dedicado exclusivamente ao relacionamento com o torcedor, o emprego de tecnologia para estreitar a comunicação, facilitar a associação, os pagamentos e outros serviços, e, mais recentemente, a aderência à campanha “Um por todos, todos por um”).

No entanto, deve-se reconhecer que quaisquer esforços para a sedimentação da relação entre clube e torcida serão insuficientes se o clube não alcançar, minimamente, alguns resultados positivos em campo. Com praticamente dois anos inteiros de insucessos esportivos, vimos o esfacelamento do respeito de parte dos torcedores e da imprensa para com o clube, bem como a piora substancial da atmosfera dos jogos no estádio.

Os resultados no futebol são, seguramente, o ponto mais fraco da atual administração.

A bem da verdade, também houve a promoção de algumas medidas positivas para a estruturação do Departamento de Futebol Profissional, como a criação do Departamento de Mercado, com disponibilização de softwares, utilização de Big Data e criação de processos, somada à implementação de um Núcleo de Saúde e Performance, com a aquisição de novos equipamentos para o mapeamento de atividades e prevenção e tratamento de lesões.

Contudo, e ainda que não nos apeguemos a resultados esportivos de curto prazo para avaliar todo esse trabalho de reestruturação, listamos, em um texto recente, fatores essencialmente objetivos que colocaram em xeque o funcionamento desse setor: a coleção de resultados ruins ao longo de dois anos, considerável período de tempo, inclusive em competições nas quais entramos com orçamentos competitivos; a inconsistência na escolha de profissionais e até mesmo tolerância com a improvisação em cadeiras fundamentais da gestão do futebol; a contratação de um número exacerbado de jogadores, sem retorno técnico.

Como frisamos anteriormente, sem um mínimo de resultados no futebol, carro-chefe do clube, fica muito difícil discutir outros temas importantes ao aperfeiçoamento da instituição – ainda que, em última instância, também sejam essenciais à obtenção de mais recursos e melhores resultados no longo prazo. Assim, pedindo licença para dizer o óbvio, reerguer o clube nas competições que disputa deve ser prioridade para seus diretores.

É claro que a direção, a exemplo de qualquer outra, trabalha incessantemente com o objetivo de obter êxitos esportivos, mas é oportuno anotar que, até que os obtenha, dificilmente avançará no relacionamento com o torcedor.

(A essência deste texto é um recorte do Promessômetro, publicação em que avaliamos a conformidade da gestão com os compromissos que firmou à época das eleições. Sugerimos a leitura do documento na íntegra).

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